top of page
  • Foto do escritorRaiane Cardoso

Conheça Khadjou Sambe, a primeira surfista profissional do Senegal

Aos 25 anos de idade, Khadjou Sambe é uma senegalesa que se tornou a primeira mulher a se profissionalizar no surf no seu país. Ela é natural da região litorânea de Dakar, a capital do Senegal e, além de ser a pioneira, Khadjou vem ensinando e inspirando uma nova geração de surfistas em sua terra natal.


A surfista Khadjou Sambe surfando em Ngor, bairro na capital do Senegal.
Khadjou Sambe surfando em Ngor, um bairro da capital senegalesa. Foto: Zohra Bensemra/Reuters

Khadjou é uma lebou orgulhosa, um grupo étnico que tradicionalmente vive à beira-mar.

Ao longo da infância, nunca tinha visto uma mulher negra surfando nas ondas de sua terra natal. Na adolescência, seus pais não permitiram que ela surfasse por dois anos e meio, dizendo que isso envergonhava a família. “Minha determinação foi forte o suficiente para fazê-los mudar de ideia”, disse ela.


Aos 14 anos começou a surfar e desde então sua dedicação ao esporte só aumentou. Os moradores de Ngor, local onde Khadjou surfa e mora, já se acostumaram a vê-la carregando sua prancha em direção ao mar.


Khadjou é treinada por Rhonda Harper, uma treinadora de surf, juíza de competições e fundadora da "Black Girls Surf" (BGS), organização sem fins lucrativos fundada em 2014 que treina mulheres e meninas negras com o objetivo de que elas se tornem surfistas profissionais e assim trazer mais representatividade para o esporte.

A surfista Khadjou Sambe ensinando surfistas iniciantes em Dakar.
Khadjou e seus alunos em uma praia de Dakar. Foto: Zohra Bensemra/Reuters

As duas se conheceram pela internet em 2016, quando Rhonda olhava fotos de surfistas em Dakar. Ela notou que uma mulher - que era Khadjou - sempre aparecia nas fotos e entrou em contato com moradores do local para descobrir quem ela era. Khadjou já sonhava com a profissionalização e Rhonda a ajudou a conquistar esse sonho.


A surfista chegou a morar na Califórnia para treinar com a BGS. A treinadora conta que Khadjou chegou no local sem falar inglês, sem dinheiro e com um estilo de surf mais livre e selvagem, que precisava ser domado para se adequar à estrutura das competições de surf.


A surfista voltou a morar em sua terra e, além de treinar para evoluir cada vez mais no esporte, também instrui iniciantes na BGS em Dakar, incentivando seus alunos a desenvolver a força física e mental para surfar e quebrar os padrões em uma sociedade que geralmente espera que eles fiquem em casa, cozinhem, limpem e casem jovens.

"Eu sempre penso comigo mesma quando eu acordo pela manhã: 'Khadjou, você tem algo para fazer, você representa algo em qualquer lugar do mundo, você deve ir direto ao ponto, não importa o que as pessoas digam, não ouça, vá em frente para que todos possam se levantar e acreditar que eles podem surfar", disse Khadjou.
bottom of page