Fernanda Bahia
Juliana dos Santos, surfista profissional e oitava no ranking nacional, vive na linha da pobreza
A história de Juliana dos Santos, surfista profissional e top10 no ranking nacional, comoveu as redes sociais na última semana. Em um vídeo gravado pela jornalista Patrícia Calderon, Juliana e sua família (avó, avô e irmã) aparecem no cômodo de menos de 5m² em que vivem, no bairro de Serviluz, em Fortaleza.
No vídeo, Patrícia mostra as condições da casa e da geladeira da atleta profissional, além do local onde ela dorme, no chão com sua irmã, para que seus avós tenham mais conforto. Juliana conta que, apesar das condições, se esforça para manter a rotina como atleta. Ainda assim, já chegou a ficar sem comer antes de treinar, para que seus avós pudessem se alimentar.
A história causou revolta e questionamentos acerca do funcionamento dos incentivos públicos e privados no esporte brasileiro. Isso porque a atleta representa seu estado e está no top10 do país, mas ainda assim vive em condições precárias e sem apoio ou ajuda de patrocínios ou de bolsas do governo, como a bolsa atleta. Para ajudar nos custos da casa, além do dinheiro que a surfista ganha de campeonatos, a avó cata latinhas e vende para a reciclagem, ganhando cerca de R$40,00 por mês.
A comoção, depois do vídeo divulgado por Patrícia no Instagram e no Whatsapp, acabou gerando união, e uma vaquinha online, no site vakinha.com.br, foi criada para ajudar a atleta. O objetivo é conseguir dinheiro o bastante para a compra de um imóvel, para que Juju, como é conhecida a atleta, e seus parentes tenham mais conforto. Até o momento dessa matéria ser escrita, a vakinha tinha 36% da meta de doações.
Uma história parecida já foi contada por aqui, quando a ex-surfista profissional Tita Tavares precisou de ajuda. A casa da atleta estava prestes a desabar, e uma rifa foi criada para juntar dinheiro para reformar sua casa. Tita é conterrânea de Juliana, e as duas, uma no auge da sua carreira e outra após ter sido pioneira no surf feminino brasileiro, se viram sem qualquer apoio, e receberam a ajuda da união da comunidade do surf.
A vakinha criada para Juliana está neste link aqui.