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  • Foto do escritorRaiane Cardoso

Projeto une surf e educação ambiental para ensinar crianças a preservar os oceanos

A bióloga Mariana Almeida criou o Seamade, projeto que combina aulas de surf e educação ambiental para crianças nas praias do litoral paulista. "Sempre conto que o projeto deve ter nascido da primeira vez que vi o mar, sempre foi meu refúgio e senti um chamado muito grande para retribuir toda a paz que o oceano me trazia", disse Mariana.


Apesar do amor de longa data pelo oceano, a bióloga criou o projeto, de fato, em 2015, a partir de uma pesquisa feita com pesquisadores artesanais. "Percebi, além da problemática da falta de gerenciamento pesqueiro no nosso país, a questão da poluição marinha muito evidente", contou.

Foto: Reprodução/Instagram

Uma das ações do projeto se chama "Praia Limpa", que nasceu em 2018. A ação é uma maneira das crianças conhecerem o projeto participando de ações voluntárias que incluem palestras ambientais, aulas de yoga e aulas de surf, onde aprendem sobre o fundo do mar, têm contato com propostas de conservação dos oceanos e recolhem resíduos das praias.


"Uso painéis com desenhos do planeta, ímãs que mostram os animais marinhos e falo para elas utilizarem a imaginação ao agradeceram a natureza", contou a bióloga em uma entrevista para a revista Galileu.


Ainda em 2018, nasceu outra ação do projeto, a "Há Mar", na qual crianças são levadas para verem o mar pela primeira vez e, nesse primeiro contato, participam de dinâmicas educativas pela proteção do oceano.


O projeto ainda tem o "Despertar pelo Oceano", um outro braço que nasceu no fim de 2018. "É um curso que une minha experiência como bióloga e trabalho de dois anos em uma empresa de desenvolvimento humano para mulheres se conectarem ao oceano e liberarem o receio de estar na água", explicou Mariana.


160 crianças já passaram pelo projeto e a bióloga defende que trabalhar com crianças é fundamental e gratificante, já que eles são o futuro e representam também uma esperança de transformação. "O oceano faz um serviço ecossistêmico todos os dias para nos manter vivos. Ter essa percepção no dia a dia é essencial para termos um cuidado maior com ele", disse.


Foto: Reprodução/Instagram

O projeto foi paralisado devido à pandemia do novo coronavírus, mas deve retornar ainda em 2021 seguindo todas as normas para evitar contágios e com um número reduzido de pessoas.


"Normalmente fecho parceiras, trabalho com escolas, creches, eventos. Com a pandemia tudo paralisou, as ações tiveram que deixar de acontecer e as escolas fechadas", contou a bióloga.


"Atualmente estamos com a loja on-line com a venda de camisetas orgânicas em que cada uma apoia uma ação educativa para crianças com dinâmicas desenvolvidas em vídeo e presencial, quando possível de serem implementadas. Temos também um curso online que conta a história da vida desde a criação até a atualidade com uma reflexão sobre nosso papel na conservação e a importância do oceano para a manutenção da vida, incluindo meditações e exercícios de autoconhecimento", acrescentou.


No último evento, feito em março de 2020, um grupo de 20 crianças recolheu 27 quilos de lixo em apenas 500 metros quadrados de praia. "Coletamos plástico, desde pedaços de tampinhas, sacolas e canudinhos. Além de outros materiais como altinhas de alumínio, pedaços de papel e rejeitos destinados ao aterro. As bitucas de cigarro foram as mais abundantes", contou Mariana.


A bióloga afirmou que o feedback que recebe dos responsáveis das crianças é sempre positivo:


"Mães contando que os filhos não coletam mais conchas e sim lixo nas praias, que sempre lembram de lavar a sacola reutilizável para o mercado. Isso preenche meu coração e me faz seguir em frente", disse.
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